Esse é o meu carnaval

Carnaval nesse contexto, tempo e realidade é para os fracos. Quem sabe o que quer, que assim faça se acha correto, mas hoje eu penso bastante para daqui a pouco eu não fazer algo que eu vá carregar como consequência, por que quero festejar de uma forma cultural que vale a pena. Esse não é o contexto. Não tenho o que comemorar, nem me embriagar, ou soltar confetes. Não há motivos para eu achar que o dinheiro público deva ser gasto para a mesma coisa inapropriada.

Acho que tem uma porção de gente por aí jogada aos cantos, de esquinas e valas. Ou pessoas que nunca me viram, mas se recebessem um pouco de água de mim fariam muito mais festas que eu com toda uma avenida inteira. Por que será que esses dias passam tão rápidos, e o resultado só aparece uns nove ou menos meses depois? Por que será que o vazio permanece, e a morte quase pega? Por que isso tem ainda um tom vazio, principalmente num contexto do Brasil de 2016.

Melhor pular nos braços de Jesus e se embriagar de amor com quem não te encontra pra te fazer feliz apenas uma época do ano de euforia. Melhor refazer tudo de uma vez, por que eu não quero gastar a nação agora, nem ficar pensando que deu ruim na quarta-feira, e quando eu for mais velha e não ter mais esse vigor de hoje, eu saber que gastei meus dias construindo algo de útil. Faça o que quiser, isso é com você, mas comigo eu não estou em paz. Eu tenho coisas para construir hoje e me vencer, então prefiro passar minhas horas desse feriado bom com um bom amigo que me conduza a dias de euforia que começa no meu íntimo, no meu coração, e que isso não seja superficial, nu, e promiscuo. Que seja leve, e também cheio de amor. É o que eu preciso de verdade.
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